Monday, June 11, 2007

Poema

Poema de Clarice Lispector


Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio como plenitude.
Faça com que eu seja a tua amante humilde, entrelaçada a ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de te amar, sem odiar as tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braçoso meu pecado de pensar.

Sunday, June 3, 2007

Capitulo 13

Amarildo entra na sala para a sua primeira aula, o professor era uma sujeito estranhamente garboso, assim meio que lembrava o Bela Lugosi, meio que lembrava alguem que Amarildo nao lembrava ao certo quem era.
Este mesmo professor tentara se suicidar certa vez, mas seu revolver è daqueles que disparam uma banderinha com a palavra "bum!". A bandeirinha acerta seu olho mas ele sobrevive, passando a enxergar tudo em duas dimensões. Ele era um cara tao desconfiado, que nunca dava as costas pra ninguem, o que fazia com que ele andasse girando pela rua, rodopiando constantemente, todo este molejo fez com que ele se torna-se professor de lambada.
Quando toca o primeiro acorde da musica, Amarildo que jamais dancara na vida, eh tomado pelo swing da cancao, e se torna automaticamente numa especie de Beto Barbosa, mas muito mais bonito e bem vestido, surpreendendo a todos inclusive o mestre, que naquele momento percebe algo de diferente daquele guri, alem dele usar uma meia de cada cor, ele so havia visto algo parecido quando estivera preso nos campos de trabalho forcado na prisao de Greb, em Zagreb.
Sem saber o que fazer com o prodigio, o docente passa a mao no seu bigode estilo Belchior, so que ruivo, e manda o menino de volta para o seu quarto, Amarildo vai embora triste como uma codorna, mas o que poderia ele fazer, ao chegar em seu quarto deita na cama e comeca a pensar, que ele precisa inventar algo muito importante para ser aceito pelos professores, o que o mundo nao sabia, era quao importante seria esta invencao.

"O amor è o fogo que arde sem se ver, è ferida que doi e nao se sente"