Tuesday, April 17, 2007

Capitulo 10

Amarildo acordou estranho naquele dia, acordou se sentindo assim como um porco iberico, mas nao como qualquer porco iberico, mas um criado em liberdade pelas padrarias da Galicia.
Resolveu sair para comprar algumas hortalicas e leguminosas para a confeccao do seu jantar, foi a uma feira livre numa praca que lembrava a Praca do Carmo, mas com barracas de frutas.
Amarildo caminha ate a feira, enquanto isso vai pensando, na verdade ele adora pensar, ele è um pensador, embora preferisse ser tecnico em informatica, foi pensando porque as pessoas gostam tanto de falar, imaginou que se ficassem mais que cinco minutos sem falar, talvez seus labios grudassem, mas achou que isso nao faria sentido, pois o proprio ja ficara horas em silencio, entao pensou que se as pessoas ficassem mais de cinco minutos sem falar, talvez elas comecassem a pensar, sorriu com o canto da boca, mas descartou a teoria por acha-la muito cinica.
Amarildo passeia lentamente quando um grupo de anoes suecos o confudem com um pernil assado e o colocam dentro de um caixa de isopor e comecam a correr em grande velocidade, derrubando todos que encontram em seu caminho. Aproveitando um segundo de distracao dos anoes, Amarildo salta da caixa e cai dentro de um cesto de vime de uma mulher de Sao Tome e Principe que vendia figos, no meio das frutas, Amarildo tem um insight, levanta-se e proclama a multidao: "A verdade è a fortaleza dos inocentes!".
Neste instante todas as pessoas param instantaneamente, inclusive o transito e todos os sons da cidade, lentamente comecam a aplaudir, unissonos, ao mesmo tempo que o cidade toda perplexa tenta entender Amarildo, ele recebe um convite para ser adestrador de zebras no Grand Circus de Kiev, mas prefere continuar seus estudos, embora a proposta tenha sido deveras tentadora.

"E eu vos direi: Amai para entende-las, pois sò quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e entender estrelas"

Wednesday, April 4, 2007

Capitulo 9

Verao de 1997. Nevava. Sim, aquele era um verao muito estranho na Bolivia. Evo "Indio Loco" Morales ainda plantava coca e nem tinha a pretensao de roubar a refinaria de ninguem quando Amarildo adentrou no territorio antes conhecido como Vila de Oropeza.
A Universidade Autonoma de Cochabamba, a qual chamarei de forma singela e simplificada de UAC, era pelo menos em termos de altitude, a maior universidade do mundo, localizada a mais ou menos 2563 metros acima do nivel do mar.
A UAC recebera este nome a pouco tempo, antes era chamada de Faculdades Integradas Marco "El Diablo" Etcheverry, uma mais que justa homenagem a este grande icone da historia local.
A UAC era dividida em pequenas outras quatro faculdades, sendo elas: FACO - Faculdade de Ciencias Ocultas, FAM - Faculdade de Artes Marciais, FABOA - Faculdade Boliviana de Administracao, FAFUP - Faculdade de Funilaria e Pintura.
Amarildo fora aprovado em dois cursos, o de ciencias ocultas e o de artes marciais, decidiu cursar ambos, pois assim estaria preparado pra enfrentar as coisas deste e de outros mundos tambem, estaria pronto pro que desse e viesse. Faria artes marciais de manha e ciencias ocultas no periodo noturno, achou que assim as coisas fariam mais sentido.
Amarildo fora recebido pelo reitor da UAC, Jose Hector Somoza, antigo ex-lateral direito do Juventus da Mooca, tambem com passagem nao tao brilhante por pequenos clubes locais, mas nao conseguiu emplacar na carreira de futebolista pelo fato de ter dez dedos nos pes, mas sendo nove no pe esquerdo e so um no direito, o que lhe impedia de bater de trivela na pelota.
Somoza, que alem de reitor e ex-lateral direito, era tambem professor de drudismo celta, apresentou a Amarildo todas as locacoes da universidade, o que deixou o rapaz exausto, devido ao ar rarefeito da regiao, ao terminar as apresentacoes Amarildo foi encaminhado ao seu aposento estudantil no campus, o qual Amarildo daria um toque pessoal alem è claro de se tornar o seu laboratorio de pesquisas.

"Eu quis o perigo, e atè sangrei sozinho, entenda, sò assim eu pude trazer voce de volta pra mim, quando descobri que è sempre sò voce que me entende do inicio ao fim, e è sò voce que tem a cura do meu vicio de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda nao vi"